CONCERTO DE APRESENTAÇÃO
28 DE SETEMBRO | 21H00
MUSEU DO ORIENTE
Este é mais um projeto de vida.
Como sabem, sou uma pessoa da Música e para mim só faz sentido continuar com projetos de partilha e a dizer ao MUNDO que a Música faz parte dele.
Gosto de mostrar processos que muitos desconhecem. Entre aventuras e novas paisagens, a minha guitarra de Coimbra leva-nos numa viagem sonora onde a melodia e a harmonia se entrelaçam serenamente.
Uma melancólica felicidade espreita entre os temas que escolhi, estimulando a descoberta de novos trilhos e o retorno garantido ao meu regaço.
Obrigada a todos os que participaram e assim me ajudaram a concretizar mais esta viagem de sons e de sentimentos fortes, cheios de cor.
Luisa Amaro
BREVE NOTA BIOGRÁFICA
Luisa Amaro é a primeira mulher guitarrista profissional de guitarra portuguesa.
A primeira a compor para este instrumento e a apresentar-se como concertista.
Luisa estudou Guitarra Clássica no Conservatório Nacional de Lisboa com o Professor Lopes e Silva e prosseguiu os seus estudos em Barcelona, em 1983, com a grande guitarrista argentina María Luisa Anido.
Tendo cursado Direito, desistiu do mesmo para se dedicar de forma profissional e exclusiva à música, o que lhe permite, pelo trabalho desenvolvido desde 1996, considerar-se pioneira na abordagem inovadora que tem desenvolvido com a guitarra portuguesa.
Em 1984 começou a tocar e a acompanhar Mestre Carlos Paredes (1925-2004) em centenas de concertos por todo o mundo.
Desde 1996, dedica-se à guitarra portuguesa como compositora. Da sua busca incessante de novas envolvências tímbricas e de um repertório diferente e original para um instrumento carregado de tradição simbólica, nasceram projetos que desafiam a guitarra portuguesa para outros pulsares e ritmos, afastando-se do tradicional mundo do fado a que habitualmente se associa esta guitarra.
Do percurso de Luisa Amaro como compositora e concertista em guitarra portuguesa destacam-se, entre outros, os CDs editados: Canção para Carlos Paredes, de 2004, Meditherranios, de 2009, e Argvs, de 2014, sendo a primeira mulher a gravar para guitarra portuguesa em nome próprio.
Tem dado inúmeros concertos em Portugal e no estrangeiro.
A apresentação do novo trabalho será dia 28 de Setembro, pelas 21h00 no Museu do Oriente.
MAIS UMA VIAGEM
Tocar é a minha forma de dialogar com o mundo: aliás, a música tem de ser um meio de contar histórias, isso é algo que fui aprendendo e compreendendo ao longo dos anos.
Muito mais do que fazer um CD, um registo musical, o importante é perguntar que história queremos contar, e tentar contá-la o melhor que podemos!
É desta forma que surge mais uma viagem, este Mar Magalhães, onde cada música, cada elemento, se dirige a alguém que se reconheça neste ambiente e nesta paleta de cores e sons tão diversos.
E a realização, o verdadeiro sucesso, acontece quando uma composição, uma frase que seja, alcança, transforma, toca o Outro.
Obrigada aos Mestres que me ensinaram o caminho: Carlos Paredes, José Lopes e Silva, Maria Amélia Abreu e María Luisa Anido (querida Mimita).
Quando encontramos Mestres, daqueles que nos veem como algo cru mas precioso como uma joia que, com sabedoria, pode ser polida até ter um brilho orgulhoso, quando temos a felicidade de encontrar professores destes no nosso caminho, encontraremos sempre o caminho de volta, não importa quão difícil ou sinuosa a viagem seja...
Vivo de acordo com o que sou, obedecendo ao meu estilo e nada mais.
Neste Mar Magalhães, a viagem é o sentido da vida e a guitarra a minha companhia.
Ensinada pela experiência.
Os ensinamentos continuam...
Este trabalho é dedicado aos meus companheiros de viagem, os músicos que me acompanham neste este desafio:
Heloisa Monteiro (guitarra clássica), Leonor Padinha (voz), Gonçalo Lopes (clarinete baixo), João Mota (cavaquinho) e Paulo Sérgio (piano).
Fotografia de Luisa Amaro e grupo: Joaquim Araújo
Fotografia CD: Luís Ramos